Instituto Nacional da Mata Atlântica completa 5 anos

 

Ao completar 5 anos de existência, no dia 5 de fevereiro, o Instituto Nacional da Mata Atlântica tem se empenhado na missão proteger e ampliar o legado deixado pelo naturalista Augusto Ruschi (1915-1986), realizando pesquisa, promovendo inovação científica, formando recursos humanos, conservando acervos biológicos e históricos e disseminando conhecimentos relacionados à Mata Atlântica.

Para ampliar o entendimento sobre o órgão federal o diretor do INMA, Sérgio Lucena, explicou na tribuna da Câmara de Santa Teresa que, apesar de novo, o Instituto tem uma história com Santa Teresa e o Estado.

“O INMA retrocede há década de 1940 e surge a partir de uma instituição que está consolidada no Espírito Santo: o Museu de Biologia Professor Mello Leitão (MBML). Augusto Ruschi fundou o Museu em 1949 em homenagem a seu professor, Cândido Firmino de Mello Leitão. Até 1983 funcionava como uma ONG e foi incorporado ao Governo Federal vinculado ao Ministério da Cultura, em um processo demandado e articulado pelo próprio Ruschi”, contou o professor.

“O Governo Federal comprou os bens imóveis e o Patrono da Ecologia do Brasil doou o acervo de coleções científicas de zoologia, botânica, biblioteca, equipamentos e vários documentos. Com o falecimento de Ruschi em 1986, demarcou-se o que era público e o que era privado na história dele e do Museu”.

Lucena explica ainda que ao final da década de 1990 foi implementado um Conselho Científico composto por vários cientistas que concluiu que o Museu estava “deslocado dentro do governo federal”.

“Era um Museu de pesquisa biológica, de ciência e conservação da natureza mas estava em um órgão da cultura. Ele (o Museu) ficava como um estranho no ninho e não recebia o apoio que deveria receber como instituição científica. O Conselho Científico propôs que passássemos para a estrutura do Ministério de Ciência e Tecnologia”, disse Sérgio, que na época era diretor do MBML (1995 a 2000).

Em 2010 o Governo enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que, dentre outras medidas, transferia o Museu de Biologia Prof. Mello Leitão para o MCTI, transformando-o em Instituto Nacional da Mata Atlântica e criando mais outros 3 institutos no Brasil (Inst. Nac. do Pantanal, Inst. Nac. das Águas e o Centro de Tecnologia do Nordeste).

O Projeto de Lei foi aprovado, com amplo apoio das lideranças políticas do Espírito Santo, no final de 2013 e a Lei n⁰ 12.954 foi sancionada pela Presidente da República em 05 fevereiro de 2014.

“Infelizmente o texto, muito sucinto, não considerou o nome e a história do Museu Mello Leitão. Esse texto não passou por nós, por ninguém de Santa Teresa, nem do Espírito Santo, nem pela comunidade científica! Foi nos gabinetes em Brasília que foi definido o nome Instituto Nacional da Mata Atlântica”, explicou o diretor, em referência ao momento em que foi criado o Instituto e extinto o Museu, em 2014.

“A solução para isso veio no regimento interno. O Museu Mello Leitão é uma unidade do INMA, assim como as Estações Biológicas de Santa Lúcia e São Lourenço (Caixa D’água) em Santa Teresa. Inclusive, poderemos criar outras unidades de pesquisa”, enfatizou.

O professor destacou também a importância do Museu ter se transformado em uma unidade do instituto.

“O Museu estava no terceiro escalão do Ministério da Cultura, vinculado e abaixo do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Atualmente o Instituto Nacional da Mata Atlântica está no 2° escalão do Governo Federal. Subiu um degrau. Isso abre importantes vias como, por exemplo, acesso direto ao ministro e a possibilidade de ampliar os recursos”, analisou o diretor.

 

Museu Mello Leitão: 70 anos trabalhando “ComCiência”

 

Esse ano o Museu de Biologia Professor Mello Leitão (MBML) completa 70 anos de história e receberá uma série de homenagens.

“Eu considero que é uma honra termos um Instituto com tamanha missão em Santa Teresa e que se deve, evidentemente, a toda uma história construída por Augusto Ruschi. Todo esse desenvolvimento no Museu é a consolidação do Instituto como uma forma de fortalecimento do trabalho e da mensagem de Ruschi pelo conhecimento da conservação da mata atlântica. É um legado para Santa Teresa, para o Espírito Santo e para todos os brasileiros”, destacou o diretor do INMA, Sérgio Lucena.

 

 

 

Data de Publicação: quinta-feira, 07 de fevereiro de 2019