Santa Teresa mostra toda sua biodiversidade no Dia do Meio Ambiente

Beija-flor no Parque do Museu Mello Leitão. Foto: Gabrielly Benaducci

 

Nesta sexta-feira (5) é Dia Mundial do Meio Ambiente. Em Santa Teresa várias atividades estavam programadas para esta semana, no entanto, com a pandemia do coronavírus, algumas programações foram adiadas.

Mesmo assim, trataremos aqui de áreas de conservação e de várias ações construídas ao longo dos anos por vários atores que contribuíram (e contribuem) para a preservação e conservação do meio ambiente na Doce Terra dos Colibris.

 

Prefeitura de Santa Teresa

A Secretaria de Meio Ambiente do município, por exemplo, estava preparando a Semana do Meio Ambiente de 1 a 5 de junho, porém adiou as atividades, mas continuam divulgando ações pelo Dia do Meio Ambiente pelas redes sociais e os servidores estão entregando mudas de espécies nativas nas barreiras sanitárias instaladas nos principais acessos do município. 

Um dos servidores é Nilton Broseguini, que já plantou, de acordo com a revista Hypeness, mais de meio milhão de árvores no Espírito Santo.

 

Plantio Brasil

O Projeto, que começou em 2019 em Santa Teresa e se espalhou para mais de 60 municípios de todo o país, incluiu a entrega de mais de 20 mil mudas formando um mutirão ambiental. A ideia é do ambientalista Nilton Broseguini e do advogado ambientalista Carlos Humberto de Oliveira.

No Espírito Santo o mutirão é organizado pela Transparência Ambiental, Movimento Nacional de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (ODS-ES) e Programa Reflorestar e da Associação dos Engenheiros Florestais do Espírito Santo (Aefes) e tem apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Teresa, Câmara Municipal, CREA-ES e os Ifes de vários municípios.

INMA Parque do Museu Mello Leitão. Foto: Leonardo Meira

 

Simbioma

Há nove anos durante a semana de meio ambiente a Associação de Amigos do Museu Mello Leitão (Sambio) organiza o Simpósio sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica (Simbioma), no Museu Mello Leitão. Esse ano, devido ao isolamento social, as datas mudaram para 20 a 24 de julho e o evento será totalmente online. A organização este ano é da Sambio e do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA).

Com o tema “ Mata Atlântica: Domínio Transdisciplinar” o Simpósio terá minicursos, palestras, apresentações orais e mesas redondas com temas variados como a contribuição indígena para a biodiversidade, espécies de fauna e flora ameaçadas, ciência cidadã e a abertura contará com a apresentação da espécie símbolo do IX Simbioma: a abelha uruçu-negra (Mepolina capixaba).

 

Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)

Criado em 2014 a partir da transferência do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, fundado por Augusto Ruschi em 1949, para a estrutura do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Além de gerenciar o Museu, o INMA preserva valioso acervo biológico - formado por 120.000 espécimes da fauna e 53.000 registros da flora brasileira - e gerencia ainda duas áreas de conservação (a Estação Biológica de São Lourenço e a Estação Biológica de Santa Lúcia).

Tumulo de Augusto Ruschi na Estação Biológica Santa Lucia. Foto: Bernardo Vieira

 

Estação Biológica Santa Lúcia

Nesse dia, em 1986, foi enterrado na Estação Biológica de Santa Lúcia o Patrono da Ecologia do Brasil, Augusto Ruschi. O cientista, que foi homenageado pela Câmara Municipal e o plenário desta Casa de Leis leva seu nome, foi um grande defensor da natureza e protegeu essa área de 440 hectares de remanescente de mata atlântica.

Atualmente a Estação faz parte do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Amigos do Museu Nacional, estando sob os cuidados do Instituto Nacional da Mata Atlântica, onde são realizadas pesquisas nas áreas de botânica, zoologia e ecologia.

 

Reserva Biológica Augusto Ruschi

Criada em 1948 como Reserva Florestal de Nova Lombardia, a Rebio é o resultado dos esforços de Augusto Ruschi, que sugeriu a criação de uma Unidade de Conservação (UC) ao Governo Federal, pois já eram preocupantes o acelerado processo de desmatamento e a consequente degradação ambiental para o plantio de café, na região.

Em 1982 o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), então gestor federal das UCs, trocou a denominação para Reserva Biológica de Nova Lombardia. No dia 5 de junho de 1986, em homenagem o Patrono da Ecologia do Brasil, a unidade - que tem 4.000 há - passou a se chamar Reserva Biológica Augusto Ruschi e é gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

Estação Biológica São Lourenço

A Estação Biológica de São Lourenço pertence ao Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). Também conhecida como Caixa d’água, possui cerca de 220 mil m² (22 ha), encontrando-se localizada em área contígua ao Parque Natural Municipal de São Lourenço, formando um importante conjunto florestal bem próxima ao centro da Cidade.

Estas duas áreas de conservação abrigam espécies ameaçadas de extinção como os saguis, ouriço preto, macaco-prego, barbado, guigó e a preguiça-de-coleira, além de orquídeas e bromélias e estão abertas somente para visitas agendadas.

 

Palmeira Juçara

A propriedade Rancho Fundo, em Santa Teresa é o primeiro sítio de extração florestal do fruto da palmeira Juçara (Euterpe edulis), com plano de manejo aprovado para fabricação de polpa no Espírito Santo. A conquista teve o apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), por meio do Projeto Biomas/Mata Atlântica. 

Conduzido pelo agricultor familiar Emerson Miranda é o primeiro no Estado que atende a instrução normativa que regulamenta a extração da espécie. A palmeira Juçara está ameaçada de extinção e um dos principais motivos é a extração irregular de palmito. Além do corte ilegal da juçara e a destruição da Mata Atlântica, a extinção de aves e as mudanças climáticas podem levar a espécie à extinção.

 

Estação Biológica Santa Lúcia. Foto: Leonardo Meira

 

Data de Publicação: sexta-feira, 05 de junho de 2020