CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA TERESA - ES

Resumo Histórico

Tudo começou com a denominada Expedição Tabacchi, um grupo composto por 388 camponeses, o capelão Dom Domenico Martinelli, de Centa, o médico Pio Limanade Borgo Valsugana e Pietro Casagrande e sua esposa, grupo este que partiu do porto de Gênova às três horas da tarde do dia 3 de janeiro de 1874. (Renzo M. Grosselli, Colônias Imperiais na Terra do Café, 1987).  Após 45 dias de viagem na nave a vela La Sofia, chegaram ao porto de Vitória, no dia 17 de fevereiro.  Esse grupo destinava-se à propriedade de Pietro Tabacchi, situada no então Pau Gigante, hoje Ibiraçú.   O projeto foi mal sucedido "una vera ciavada", diziam.   Inclusive, conforme relata Frederico Müller, (Fundação e Fatos Históricos de Santa Teresa, 1925), 8 bravos e destemidos aventureiros integrantes desse grupo enfrentaram a floresta habitada pelas onças e serpentes, e, subindo a montanha, estiveram nessa localidade onde já se erguiam os barracões destinados ao abrigo dos imigrantes que viriam a seguir.   Retornaram à baixada e quando a turma se dispersou em virtude da falência do projeto Tabacchi, juntaram-se aos demais e foram para Vitória, sendo que muitos desses, inclusive aqueles 8 bandeirantes, (Paulo Casotti, Francesco Bassetti, Bernardo Comper, Lazzaro Tonini, Anibale Lazzari, Giuseppe Paoli, Daniele Pallaoro e Abramo Zurlo),  juntaram-se à caravana das 60 famílias procedentes da alta Itália, destinadas ao Núcleo Timbuí, hoje Santa Teresa, transportadas pelo Navio a vapor Rivadavia  que chegou em Vitória no dia 31 de maio de 1875.

A glória da fundação de Santa Teresa cabe a essas famílias que para aqui vieram em junho de 1875, acompanhadas, é claro, dos remanescentes da Expedição Tabacchi. Decididas, ergueram seu santuário, e, deste "pedacinho da Itália", fizeram sua segunda pátria.

Abastecidos de alguns gêneros alimentícios e ferramentas de lavoura, embarcaram  nas canoas movidas a remo, pelos 50 quilômetros até chegarem ao porto de Santa Leopoldina.   Poucos dias depois, tomaram a picada através da floresta virgem, subindo a serra até à Serra do Alvarenga, onde havia dois barracões cobertos de palha, piso de chão.   Daí prosseguiram, para completar os 29 km, sempre mata  adentro, tendo a indicar-lhes o rumo uma simples trilha.

Aqui, foram abrigados em barracões adrede preparados, enquanto o agrimensor Franz Von Lippes, funcionário do Governo, entregava-se à demarcação dos lotes, às margens do Rio Timbuí que seriam entregues aos braços estrangeiros.  No dia 26 de junho de 1875, data em que se comemora a fundação de Santa Teresa, houve a  distribuição dos lotes de terra mediante sorteio aos recém-chegados, tendo a indicar-lhes o rumo uma simples trilha.  Sob a direção de João Simon, representante do Governo, os imigrantes entregaram-se à abertura de estradas de acesso, vindo, a seguir, a derrubada da mata - grossas árvores – com machado e serras manuais, a fim de preparar o terreno para o cultivo necessário à própria subsistência.  Além do café, a principal cultura, eram cultivados feijão,  cereais  diversos e a videira utilizando-se a produção desta para a elaboração do vinho para o próprio consumo.  Não faltavam as hortaliças, aves, suínos e bovinos, principalmente para o consumo familiar. Virgilio Lamber Iniciou e incentivou a sericicultura.  Chegou a produzir a seda, utilizando um aparelho por ele mesmo construído.    Participou, inclusive, de exposição em Paris, sendo homenageado com Menção Honrosa e em Berlim, onde conseguiu a Medalha de Bronze.  Foi ao Rio de Janeiro, levando casulos e novelos da seda que ofereceu ao Imperador Dom Pedro II, a ele solicitando apoio financeiro para o desenvolvimento dessa atividade.   A final, por escassez de recursos, o Projeto não prosperou.

 Outras levas vieram a partir de 1876 com o navio Fenelon, Colômbia ... Mais tarde, por entre os toros de árvores queimadas, viam-se plantinhas de café e milho balouçarem suas tênues folhas novas ao sopro da brisa.  As primeiras casas residenciais foram feitas com madeira bruta, cobertas com palha de coqueiro, vindo, a seguir, aquelas com madeira serrada e cobertura de taboinhas.  Costumava-se suspender os trabalhos aos sábados ao meio dia.  Semanas após, foi ordenado que os colonos trabalhassem durante três dias na abertura de estradas e três dias no preparo de suas terras para o cultivo.  Aos sábados, após o meio dia, os colonos partiam para Cachoeiro de Santa Leopoldina (29 km) a pé, a fim de se abastecerem de gêneros de subsistência, (em parte oferecidos pelo Governo) e retornavam no Domingo, pois, na Segunda-Feira era necessário estarem presentes nos trabalhos de rotina.  Quando se estabeleceram os primeiros comerciantes o transporte de gêneros de subsistência começou a ser feito em lombo de burros (as tropas).  Os colonos compravam e o débito era lançado em cadernetas.   Quando da venda dos produtos, café, principalmente, eram entregues para acerto das contas.  A partir de 1917, com a abertura da rodovia Santa Leopoldina x Santa Teresa (a primeira construída no interior do Espírito Santo) o transporte passou a ser feito pelos (grandes . . .)  pequenos caminhões.

Entre as primeiras construções da Vila, já com pau a pique em sentido triangular e recheio de barro (estuque) cobertura de taboinhas, foram um hospital e a casa de Juca Quintaes.  O primeiro hotel era de propriedade de Giuseppe Tamanini.

Em 1877, início de maio, chegou nova corrente imigratória – um grupo de 30 pessoas - liderado pelo Capitão João Birchler, Guilherme Graff, João Jacob Schneider e Carlos Nippes.  Provinham da Suíça e da Alemanha.  Partiram para o interior, descendo a serra e aos 20 de junho daquele ano levantaram barraca na localidade que viria chamar-se 25 de julho.   Ali foi estabelecida a primeira escola no futuro município, sendo o suíço Dr. Emilio Hausler seu primeiro professor.   Nessa mesma época chegaram os poloneses que se estabeleceram no vale Cinco de Novembro, localidade então conhecida como Patrimônio dos Polacos, hoje Santo Antonio do Canaã.

Em 1876 chegou a Santa Teresa, procedente de Barra de São Mateus, para onde havia ido quando de sua partida da Fazenda de Pietro Tabacchi o Padre Domenico Martinelli.  Ele celebrou a primeira missa na improvisada capela e em 1880 ele inaugurou a então Igreja Matriz, tendo ao lado modesto campanário, cujos dois sinos pequenos ainda existentes foram doados pelo Imperador Dom Pedro II.   O sino maior seria doado anos depois pelo Cel. José Reisen, de Santa Leopoldina.  Padre Domenico Martinelli era muito bondoso.  Dava-se bem com seu povo.  Inclusive, era dado a aventuras.  Certo dia convidou Domenico Broilo, Baptista Donatti e Giuseppe Briddi para irem descobrir o famoso Rio Doce.  Após longa e penosa caminhada através da floresta, chegaram às margens de um grande rio, que devia ser o "Doce", como a América de Colombo eram as Índias . . .  Descobriram, sim, o Santa Maria, justamente no lugar onde hoje está  o Distrito de São João de Petrópolis, São João, porque isso foi em 24 de junho de 1877. (Frederico Müller)

Naqueles tempos Laureano Bomfim, músico amador, ensinava a arte a diversas pessoas e faziam-se garbosas passeatas pelas ruas já existentes.  No sábado da aleluia lembrava-se do Judas, com o clássico testamento . . .

Em 1899 chegaram os frades Capuchinhos, e, desde então, permanecem em Santa Teresa.   Em 1901 inauguraram a Escola Paroquial e sempre, até os dias atuais, além da assistência religiosa dedicam-se ao ensino escolar.  A Escola São Francisco de Assis – ESFA, mantém atualmente sete cursos de nível superior.

O Município de Santa Teresa, desmembrado de Santa Leopoldina, foi instalado no dia 22 de fevereiro de 1891, realizando-se a primeira sessão da Intendência Municipal aos 2 de março de 1891, sendo seu primeiro presidente Jeronymo Vervloet e membros Fortunato Broilo, Dr. João Emilio Häussler, Alexandre Felippe e Julião Floriano do Espírito Santo.

O nome: "Da grande derrubada de árvores, foi deixado um soberbo pau peba bem na encosta do morro, onde hoje se encontra a Igreja Matriz.  Ali, à sombra dessa árvore os fieis reuniam-se à hora do Angelus. Foi exatamente no dia 15 de outubro, em plena primavera, que um raio de luz solar mais vivo penetrou através das folhas pondo em relevo uma cavidade no tronco da árvore e a fértil imaginação das pessoas lhe dava o aspecto perfeito de um nicho ... Eis que uma devota aparece com uma imagem de Santa Teresa e a coloca no altar silvestre e encantado ... Desde esse memorável dia, todas as tardes, enquanto o sol se escondia além, muito além das montanhas, embaixo da árvore misteriosa cantavam-se as Ave-Marias ..." (Frederico Müller).

O Município de Santa Teresa procura manter e expandir sua tradição turística, é reconhecido como a região que possui uma das maiores biodiversidades, cerca de 40 por cento de sua área é coberta por florestas nativas, conta com a reserva florestal federal Augusto Ruschi, a Reserva Florestal Santa Lúcia, o Parque florestal Municipal e várias RPPNs.  O Corpo de Bombeiros Voluntários é muito atuante, inclusive no plantio para reflorestamento de áreas.  O clima do Município  é ameno.   O Museu Mello Leitão é um dos pontos turísticos, além da rampa de vôo livre.  O IFES – Instituto Federal do Espírito Santo (ex Escola Agrotécnica) ministra cursos em várias áreas do ensino.  A agricultura desenvolve-se nos diversos setores de produção, incluindo-se a vitivinocultura em franco desenvolvimento. Na pecuária a bovinocultura é especializada na produção de laticínios, inclusive do tipo "A".

ACOMPANHE A CÂMARA

Endereço:
Rua Darly Nerty Vervloet, n° 434 – Centro
Santa Teresa – ES


Telefone(s): (27) 3259-1474
E-mail: [email protected]

'Atendimento ao Público:
Segunda a Sexta - 8h às 11h e 12h30 às 15h30
Terça-feira das 12h às 18h


Horário das Sessões Plenárias:
18 horas (Calendário)